O estado de Goiás se consolidou como um dos grandes motores econômicos do Brasil. Impulsionado pelo agronegócio, pela logística estratégica e por um parque industrial em expansão, o dinamismo goiano é inegável. Contudo, esse crescimento traz desafios, sendo o custo da energia elétrica um dos mais críticos.
Para pequenas e médias empresas (PMEs), a fatura de luz muitas vezes representa o segundo ou terceiro maior custo operacional.
A volatilidade das bandeiras tarifárias e os reajustes anuais corroem a margem de lucro e minam a previsibilidade orçamentária, um pilar essencial para qualquer gestão financeira saudável.
Felizmente, a energia deixou de ser um custo fixo inevitável para se tornar uma variável estratégica. Negócios em Goiás estão reescrevendo suas histórias ao adotar soluções inteligentes.
A seguir, exploramos jornadas reais de empresas que “viraram o jogo”, transformando um problema em vantagem competitiva.
É importante notar que muitas empresas tratam seus dados de consumo e economia como confidenciais. Os exemplos abaixo são notáveis por terem sido publicamente reportados, servindo como um roteiro prático para outros gestores que buscam eficiência e sustentabilidade.
Case 1: Grupo S.A Alimentos e a migração para o Mercado Livre de Energia
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O primeiro caso é o do Grupo S.A Alimentos, uma força significativa no setor de panificação, food service e sorveteria em Aparecida de Goiânia. Com 26 anos de história e gerando centenas de empregos, a empresa opera com uso intensivo de energia em refrigeração e fornos.
O problema central era duplo: o custo elevado da energia no mercado cativo (regulado pela distribuidora) e a total falta de previsibilidade. Esses fatores impactavam diretamente a precificação dos produtos e a competitividade da empresa no agressivo setor alimentício.
A decisão estratégica, conforme reportado pelo portal Conecta Energia em janeiro de 2024, foi migrar para o Ambiente de Contratação Livre (ACL).
Esta modalidade permite que empresas com demanda específica negociem energia diretamente com geradores ou comercializadoras, fixando preço, prazo e fonte.
Para o grupo goiano, essa mudança significou retomar o controle. A empresa pôde buscar um contrato que se alinhasse ao seu perfil de consumo, optando por energia 100% renovável. A economia estimada com a migração, segundo a fonte, foi projetada em cerca de R$ 4,5 milhões ao longo do contrato.

A expansão do Mercado Livre de Energia em Goiás
O caso do S.A Alimentos não é isolado. A abertura do ACL para todos os consumidores do Grupo A (alta tensão) em janeiro de 2024 acelerou essa tendência. O Mercado Livre de Energia em Goiás tornou-se uma das principais ferramentas de competitividade para indústrias e comércios.
A migração permite blindar a caixa contra as bandeiras tarifárias, que refletem condições hídricas e custos conjunturais. No ACL, o preço é negociado e fixado em contrato, trazendo a previsibilidade que todo CFO ou dono de PME necessita para planejar o crescimento.
O resultado vai além da economia. Ao escolher fontes incentivadas (como solar, eólica ou biomassa), empresas como a S.A Alimentos também avançam em suas metas de sustentabilidade (ESG), um diferencial cada vez mais valorizado por clientes e investidores.
Case 2: Soluções EDP e a Geração Distribuída para grandes consumidores
Empresas que não migram para o Mercado Livre, ou mesmo as que já migraram, estão descobrindo o potencial da Geração Distribuída (GD) – a produção de energia no local de consumo ou próximo a ele.
Um exemplo emblemático dessa tecnologia é o projeto desenvolvido pela Soluções EDP para o Banco do Brasil. Conforme divulgado por eles, a empresa construiu a primeira usina solar na modalidade de geração distribuída para o banco.
Embora seja um case de escala nacional, a lógica é perfeitamente aplicável e está sendo replicada em Goiás. O projeto, focado em sustentabilidade, evitou a emissão de 1.000 toneladas de dióxido de carbono anualmente, o equivalente ao plantio de 7.000 árvores.
A relevância para Goiás é direta: o estado é um foco de investimento dessa modalidade. Conforme anunciado pelo Governo de Goiás e pela própria Soluções EDP em 2023, a companhia iniciou investimentos de R$ 325 milhões para a construção de 11 usinas solares no estado, reforçando a oferta de GD para empresas locais.
A lógica da Geração Distribuída em Goiás
A geração distribuída se apresenta de duas formas. A primeira é o investimento direto (Capex), instalando placas solares no próprio telhado ou terreno. O forte sol da região garante um payback (retorno do investimento) atrativo, geralmente entre 3 e 5 anos.
A segunda modalidade, que cresce exponencialmente, é a Geração Distribuída compartilhada (ou “energia por assinatura”). Nela, a empresa não investe nada. Ela “aluga” cotas de uma fazenda solar (como as que a Soluções EDP está construindo em Goiás) e recebe créditos na conta de luz.
Essa modalidade, regulamentada pela ANEEL, garante uma economia no intervalo de 3 meses, geralmente entre 10% e 20% sobre o valor da tarifa da distribuidora local. É a solução ideal para empresas menores, que não são elegíveis ao Mercado Livre ou não possuem capital para investir em uma usina própria.
Case 3: O Varejo e a estratégia híbrida (Eficiência + Gestão)
O terceiro caso ilustra uma abordagem híbrida, comum no setor de varejo, como o do Assaí Atacadista, que possui forte e crescente presença em Goiás. O desafio energético do “atacarejo” é imenso.
Lojas desse porte são consumidoras intensivas, operando com iluminação constante, ar-condicionado e, o maior vilão, quilômetros de balcões de refrigeração e congelados.
Historicamente, a refrigeração alimentar é uma das maiores fontes de custo e desperdício. Balcões abertos trocam energia com o ambiente, forçando os compressores a trabalhar muito mais. Para uma rede com dezenas de lojas, o custo operacional dessa ineficiência é um gargalo estratégico significativo.
A virada de jogo neste setor, como divulgado pela própria rede Assaí em seus relatórios públicos de sustentabilidade, foi dupla. O primeiro passo foi um investimento maciço em eficiência energética: a instalação de portas em 100% dos balcões de refrigerados e congelados e a modernização de toda a iluminação para LED.
Em paralelo, a empresa executou uma migração agressiva de suas lojas para o Mercado Livre de Energia, buscando 100% de fontes renováveis. A simples instalação de portas nos balcões, segundo dados do setor, pode reduzir o consumo energético da refrigeração em até 50%, pagando o investimento em curto prazo.
Lições Práticas: O que seu negócio pode replicar
A inércia em permanecer no mercado cativo tradicional custa caro. Para gestores que desejam iniciar essa jornada, os passos são claros. O primeiro é realizar um diagnóstico energético completo. Não é possível gerenciar o que não se mede. É preciso entender onde, quando e como sua empresa consome.
O segundo passo é analisar o leque de opções disponíveis no mercado. A solução ideal depende diretamente do perfil do seu negócio, e as histórias acima mostram que os caminhos são múltiplos e podem, inclusive, ser combinados (Mercado Livre + Eficiência).
Para ajudar nessa decisão, gestores devem avaliar critérios claros:
- Perfil de Consumo: Qual é minha demanda contratada? (Define a elegibilidade para o Mercado Livre);
- Apetite de Investimento: Há capital para Geração Distribuída (GD) ou um PPA/assinatura (sem investimento) faz mais sentido?
- Metas ESG: A sustentabilidade é um pilar estratégico para meus clientes e investidores?
A Energia como vetor de crescimento
Os exemplos de Goiás ilustram uma mudança de paradigma. A energia deixou de ser um custo fixo e se tornou um insumo gerenciável.
A “virada de jogo” da energia está acessível a todas as empresas, mas exige uma postura proativa. O resultado dessa ação é a previsibilidade orçamentária, a redução de custos diretos e o fortalecimento da imagem da marca como sustentável.
Para tomar a decisão mais assertiva e navegar entre as opções de Mercado Livre, Geração Distribuída ou projetos de eficiência, é fundamental contar com dados precisos e conhecimento técnico.
Buscar parceiros especializados, como a Soluções EDP, pode acelerar essa jornada. Essas empresas atuam como consultoras, desenhando a melhor estratégia energética para cada realidade empresarial, permitindo que o gestor goiano foque no que faz de melhor: crescer e gerar resultados.